quarta-feira, 10 de março de 2010

Balas versus o amor

    > Fiz essa postagem para um amigo que eu amo muito.

    Acordo e o dia ainda vai amanhecer. Levanto e pego a farda pendurada no banheiro - deixo secar ali, pois se eu pendurar no varal de fora descobrirão para quem trabalho. Tomo o café sem reparar no gosto, meus pensamentos estão longe dali.
    Não saio fardado, se souberem onde moro minha família sofrerá as consequências da vida que escolhi. Me troco no serviço.
    Dou um beijo na minha filha ainda dormindo e outro em minha esposa. Ela insiste em se levantar e me dar um abraço - ela sabe que saio sempre sem a certeza de voltar. Minha luta não é contra assassinos, mas contra a possibilidade de ser assassinado, ou você acha que nasci sonhando em matar seres humanos?
    Antes de sair paro na frente da porta. Dou um suspiro e faço uma pequena oração: "Pai, que eu volte." e saio.
    Você não sabe o que vai encontrar. Um grande amigo meu estava fazendo a segurança em um estádio de futebol quando começou uma guerra pela torcida. Ele foi atingido por uma cadeira voadora, ficou em estado de coma. Eu conversei com a esposa dele - nunca quero que a minha passe por isso.
    O amor resolve problemas mais concretamente do que a pistola. O amor salva uma geração, a pistola destrói sempre dois corações: o dele e o seu. Se não consegue mudar a situação de onde vive amando, acha que vai conseguir procurando bandidos? Se quer ser herói, ame.
    Eu sou policial. E salvo você das pessoas que VOCÊ deixou de amar. Mas eu ainda não sei quem vai me salvar...

    ***

    Nesse pequeno texto estou vendo somente a metade vazia do copo. Se você vê a metade cheia, comente abaixo.
    A sua opnião é importante!
    Quero saber até onde é inteligente se submeter a esse tipo de trabalho, se fazemos a nossa parte. Se nos amássemos não teríamos tantos problemas a ponto de colocar nossos pais e filhos na linha de fogo. A falta de carinho e cuidado cria marginais, pense nos seus pais e reflita. O que quer dar aos seus filhos?
    No filme Batman, o Cavaleiro das Trevas há essa frase: "Ou você morre herói ou vive tempo bastante para se tornar o vilão." Mas eu digo o seguinte:
    Eu fui enviado como uma ovelha no meio de lobos. Eu já nasci vilão!
    Com sorte, morrerei como um, como meu pai me ensinou:
    "Morra como um vilão, mas viva o suficiente para se tornar o herói."
    Meu Herói fez isso! Jesus, o Cristo.

2 comentários:

  1. Após três anos e dois meses no meio das torcidas organizadas, consegui identificar que o principal motivo (98,23% dos casos) do envolvimento dos seus membros com a facção é: os filhos têm pais ausentes. Independente de classe social (descobri que 70% dos membros de uma organizada vem de famílias mais ricas que a minha), o principal causador da violência urbana como um todo, é a falta de uma base familiar forte.
    Resumindo (não posso digitar mais, minha mão está engordurada pelo Fandangos): Está faltando amor no mundo. E muito!

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  2. Charles, você está certíssimo! Está faltando amor no mundo!
    É nossa missão levar esse amor, demonstrá-lo, fazer uso dele.
    A falta de pais presentes realmente está fazendo um buraco na humanidade, estamos presenciando o maior número de divórcios de todos os tempos. Nossos filhos estão sendo educados por terceiros, criados por terceiros.
    Os agentes da mudança somos nós!

    Grande abraço!

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