1a Parte: O Assalto
20 anos em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Nenhuma ocorrência.
6 anos em Curitiba, no Paraná. Nenhuma ocorrência.
5 dias em Uberlândia, Minas Gerais. Uma arma apontada para minha cabeça e lá se vai meu celular, notebook, alguns documentos, dinheiro e dignidade...
Ironicamente eu havia saído de Curitiba por conta dela ter se tornado a quinta cidade mais violenta do país. Pensei comigo e com minha esposa: "vamos morar em um lugar mais calmo, menor que Curitiba, onde possamos criar nosso filho em segurança, em uma casa tranquila...". Tudo bem que vim sozinho para Uberlandia e fiquei morando de favor (inclusive, obrigado aos que me acolheram), mas nunca pensei que uma coisa dessas aconteceria comigo.
Comecei a trabalhar no quarto dia após chegar na cidade e, como sempre gostei de andar, ia à pé para a casa de um amigo. No primeiro dia, tudo bem. No segundo...
Saí do serviço e fui caminhando tranquilamente, sorridente, feliz da vida, conversando com minha esposa pelo celular. Eis que em certo ponto do caminho percebo alguém empurrando uma bicicleta, mas isso não me preocupa, "pessoas andam de bicicleta o tempo todo", até que esse rapaz entra na minha frente, me aponta seu 38 e me faz entender após gritar algumas vezes: "Se liga mano, isso é um assalto! Passa tudo!"
Sabe quando aquilo simplesmente não parece estar acontecendo? O bandido precisou me "acordar", pois embora ele repetisse que estava me assaltando eu continuava andando, até perceber o que realmente se passava. Após ver a arma com clareza afastei o celular da orelha, apesar da Joyce ainda estar do outro lado da linha, e olhei fixamente nos olhos daquele
Entreguei a maleta ao da frente e meu celular ao de trás, então gritaram:
- E o dinheiro, passa o dinheiro!
Eu calmamente peguei minha carteira do bolso, retirei o dinheiro que tinha, uns quarenta Reais, e entreguei ao rapaz sem arma. Gritaram de volta:
- Não tem mais dinheiro? Cadê o resto do dinheiro?
- Veja, não tenho mais nada aqui. - Respondi mostrando a carteira aberta e logo a guardei de volta no bolso.
- Olha pra frente e vai andando. Olha reto e sai!
E então eu fiz o seguinte: olhei para frente e saí andando, me pareceu a melhor opção na hora.
Após alguns passos um carro encosta do meu lado. Eu logo penso: ânus, foram bons os anos em que consegui te guardar intacto. Esse deve ser o estuprador, sequestrador, assassino que vai terminar o serviço..., mas o motorista me pergunta:
- Senhor, você foi assaltado? Quer uma carona?
Oras, se viu que fui assaltado porque não jogou o carro em cima deles???
Observei o carro e o interior antes de responder, ele percebeu minha hesitação e disse:
- Ali na frente tem um posto, eu te levo até lá. - Entrei no carro.
Consigo ver o posto daqui, que carona mais inútil. Mas ele passou do posto e comecei a não gostar da situação. Entretanto ele entrou em uma rua à direita e percebi que falava do posto policial e não do de gasolina... Ele me deixou e saiu. Certo, não era um estuprador, mas também não devia ser um anjo, pois senão tinha me levado a um parque de diversões e não à polícia. Não sei o que é pior, ser assaltado em 30 segundos ou passar 3 horas de humilhação no batalhão policial...
2a Parte: A Polícia
Acabei de ser assaltado, certamente serei atendido prontamente por pessoas que sabem o que estou passando e me ajudarão... - Pensei, inutilmente.
Entrei e nem sequer fui percebido. Um oficial ao fundo na esquerda levantou os olhos e me viu, só isso. Outro à direita também me observou e voltou a digitar alguma coisa no computador. Essa foi a acolhida que recebi.
- Boa noite. - Falei ao da direita. - Acabei de ser assaltado e não sei o que fazer!
- Onde senhor?
Na China!
- Aqui na rua de baixo, eram dois rapazes com uma bicicleta e um 38 cromado.
- Certo, vou passar um rádio para a patrulha.
Ao que ele falava no rádio ia me perguntando:
- Como eram?
- O da arma era mais alto e mais moreno, tinha uma camisa esverdeada. O outro tinha o cabelo maior, com a parte superior mais clara, como se tivesse luzes.
Aí ele passa pro rádio isso:
- São dois, um com camisa verde água e um outro louro.
Só olhei para a cara dele como quem pensa: já sei que não vão me ajudar.
- Veja, policial, onde tem um telefone para eu poder ligar para alguém?
- Ali.
Fui até o local indicado, em um corredor, e liguei para o meu pai, em Nova Friburgo.
- Pai, deixa eu te falar. Fui assaltado, mas está tudo bem. Preciso que ligue para a Joyce, pois ela estava ouvindo tudo e deve estar muito assustada. Eu tento ligar, mas só dá ocupado.
- Tudo bem, eu ligo. Mas está tudo certo com você?
- Sim, pai, pode ficar despreocupado.
Esperei uns 10 minutos e liguei de volta para ele.
- Pai, preciso que me passe o telefone da minha irmã, para ela acessar a internet para mim.
Eis que ele me responde:
- Tá vendo! É isso que dá anotar os números no celular e não na cabeça!
E como eu liguei PRA VOCÊ???
- Pai, eu não ligo para a Raissa todo dia, não é um número que eu tenha que decorar, por isso estou te pedindo.
Ele me passou o número e só dava ocupado. Liguei de volta e pedi para que ele dissesse a ela para me ligar ali. O telefone tocou:
- Pronto!
- É a Raissa. O papai me ligou gritando "emergência, emergência, seu irmão foi assaltado e precisa que você ligue pra ele".
- É, então, eu estava andando e aconteceu. Preciso que me ajude...
Ela me interrompeu dizendo:
- Mas que burro, vai sair assim numa cidade que não conhece, está pedindo pra ser assaltado mesmo...
- E então, Raissa, vai me ajudar ou não?
- Ok, o que precisa?
- Preciso que entre na internet para trocar a senha...
- Dos cartões de crédito?
- Não, do Google.
- Ah tá. A senha do Google é mais importante que a dos cartões!?
Como ela não sabe disso???
- Sim, Raissa. É sim.
Ela me ajudou a trocar, pois como as senhas estavam gravadas nos dispositivos, se alguém entrasse poderia ser um desastre. Desliguei o telefone e, ao voltar para a "recepção", o André, o Poliquezi e a Thauana estavam ali. Não sei se em Friburgo apareceria tanta gente tão rápido. Inclusive fiquei tentando descobrir como descobriram!
- Como souberam disso?
- A Joyce me ligou desesperada e viemos. - André respondeu.
Enquanto conversávamos um carro do batalhão parou e um dos policiais me pergunta:
- Hei, você é o rapaz do notebook?
- Acho que sim.
- Paramos o rapaz de camisa azul que você disse. Vem comigo e dê uma olhada de longe pra ver se é ele. Ele já foi pego por furtos antes...
Fiz o reconhecimento e o rapaz não tinha absolutamente nada a ver com os outros dois. Voltamos e fui falar com o soldado de antes, do rádio:
- Por fim é isso. Obrigado.
- Não, senhor. Precisa fazer o boletim de ocorrência.
- Tudo bem, o que precisa?
- Vou chamar o soldado ali que vai fazer pra você.
E lá se vão mais alguns minutos. E chega o soldado Clênio.
- Me empresta sua identidade e CPF?
Entreguei a ele.
- O que te levaram senhor?
- Um notebook, dinheiro e meu celular.
- Qual seu telefone de contato?
Com qual dos dois pivetes você quer falar? LEVARAM MEU CELULAR!
- Senhor, levaram meu telefone de contato. Sou de Curitiba.
- Certo, me conte como foi então.
- Claro. - E contei TUDO DE NOVO!
De repente um outro policial sai de uma sala com um bandido algemado e o carregando para o camburão. Vendo isso o soldado Clênio me diz:
- Vamos para outro lugar, aqui o computador não está ajudando...
E fomos para aquela sala de onde saiu O BANDIDO! Possivelmente eu sentei onde estava o meliante antes. Possivelmente ele estava fazendo um BO também. E muito provavelmente, pelo andar da carruagem, eu ia sair dali do mesmo jeito que ele.
- Senhor, pode me repetir o que houve?
Como assim? Mas outra vez? Pelo amor de Deus! Dá um ctrl+c daquele computador lá!
E contei tudo de novo...
Ele me disse o quanto estava aumentando a criminalidade por ali dia após dia e, ao começar a digitar novamente entra outro policial na sala dizendo:
- Opa, Clênio! Como vai? E aquele celtinha seu, vamos ou não vamos fazer jogo?
- Ah cara, já te falei o meu preço. - Responde ele se virando para o outro lado.
E eles ficaram negociando o valor do carro ali, enquanto eu esperava sentado possivelmente onde estava o rapaz algemado.
Dois indicadores não conseguem digitar com velocidade e, após uns trinta minutos ele me diz:
- Senhor, preciso de um telefone de contato.
Eu não consegui acreditar naquilo. Mas pedi ao André que entrasse e passasse seu telefone. Naquele momento apareceu na porta um policial que parecia ter uma hierarquia superior aos outros. Estava com o celular na mão, deixou claro com a expressão facial que precisava resolver algo urgentemente:
- Pessoal, preciso da ajuda de vocês.
Os dois pararam o que estavam fazendo e ele continuou.
- Está chovendo, eu ligo pro disque pizza, mas ninguém entrega. Alguém sabe o telefone de um que esteja entregando agora?
Isso era, certamente, mais importante que meu BO. Passaram um número a ele, que também não deu certo. Quem me salvou foi o André, que passou o telefone da pizzaria que pedimos pizza uns dias antes.
O Clênio voltou a digitar, mas outro policial entrou na sala. Ele e o outro se levantaram e bateram continência a esse. Esse era tenente, o da pizza que não. Ele se dirigiu a mim:
- Você que é o rapaz do notebook?
- Acho que sim...
- Pode me contar o que houve?
Juro que tive vontade de bater minha cabeça na quina da mesa. Meu amigo, todo mundo já sabe cara, pergunta pro computador aqui que ele já deve estar por dentro, cacete! E eu contei tudo de novo...
Mais uns trinta minutos se passaram até que eu pudesse sair dali. Liguei para Joyce do celular do André e consegui acalmar a todos.
O mais interessante foi descobrir que eu só poderia comprar um celular novo na Claro colocando o número de série do aparelho roubado no BO. Como se as pessoas andassem com a nota fiscal dos seus celulares no bolso: "senhor, o que levaram?", "meu celular, mas estou com o número de série aqui no bolso para esse tipo de acontecimento."
3a Parte: A Claro
Fomos embora e até que eu estava bem tranquilo. Me senti numa versão moderna de Jó 1.12, onde Deus diz a Satanás: "Pois bem, tudo o que ele possui está nas suas mãos, apenas não encoste um dedo nele."
No outro dia fui para o trabalho normalmente, e pedi ao André que me levasse na Claro na hora do almoço, para comprar um celular novo. Além disso eu precisava fazer o desbloqueio do número (que eu bloqueei por conta do roubo) e fazer a transferência do DDD, que ainda era de Curitiba.
Entrei na loja e, não surpreendentemente, todos conheciam o André. Queria que isso os tivessem feito me atender melhor, mas isso não aconteceu. Fui atendido por um rapaz chamado Pablo e disse:
- Boa tarde. Preciso trazer meu plano de Curitiba para Uberlândia. E preciso de um bom número, pois o meu era 84449444 e eu tenho uma ligação muito forte com meu número.
- Ah, senhor, isso vai demorar muito. Você vai ter que esperar de quarenta minutos a uma hora aí. E não dá para o senhor escolher o número.
Excelente atendimento. De primeira! Não é à toa que enquanto eu escrevo esse texto meu maxilar dói de forma infernal por não aguentar toda a pressão que meu stress colocou em cima dele. Então eu disse ao André:
- Cara, volta lá, eu volto de taxi depois.
Enquanto Pablo ligava na central, a vendedora me disse que meu aparelho só sairia com desconto se eu colocasse no BO o número de série do aparelho roubado. Ela me deu um papel com um número e pediu para ir em um postinho policial próximo e simplesmente fazer a inclusão. Saí, fui andando até o posto que, convenientemente, estava fechado. Voltei como se não tivesse saído.
Fiquei na Claro umas duas horas. Até que o gerente se aproxima de Pablinho e diz:
- Nossos sistemas caíram.
- Mas estou ligando para fazer a transferência de cidade do cliente. - Respondeu ele.
- Libere o cliente e tente fazer depois, pois agora não vai dar.
Eu estava na frente deles, ele nem precisou me repassar. Saí dali sem meu desbloqueio, ou meu número, ou meu celular.
O dia seguinte era feriado, Sexta-feira Santa, só poderia voltar lá no sábado. De manhã cedo fui com o André para o trabalho e passamos no posto policial onde eu já estivera.
- Bom dia. Eu gostaria de incluir o número de série de um aparelho no meu BO.
- Hum... veja senhor. Você precisa voltar aqui no horário de expediente e fazer uma solicitação, então isso vai pro tenente autorizar. Deve ficar pronto em uns 15 dias.
- Por favor, me ajude, a moça da Claro me disse que era um procedimento simples, poderia incluir isso facilmente...
- Sinto muito, senhor, esse é o procedimento. Pode voltar mais tarde e falar com o rapaz que fez seu BO, quem sabe... Ele chega as 15h30.
Excelente... A claro fecha às 11h00...
Fui ao seviço e, mesmo não portando esse BO atualizado, fui à Claro em companhia de outro amigo, o Marcos. Eu já estava um tanto fora de mim. Não aguentava tanta palhaçada e humilhação. Você é assaltado, passa pelo insulto que é fazer um BO, e ainda tem que aguentar uma loja de celulares menosprezar um cliente! E eu não estava implorando por um celular, eu ia pagar mil e trezentos Reais! Tudo bem que é o preço com desconto, mas além de ser o aparelho mais caro da loja, se eles se recusassem iam perder mil e trezentos Reais, o que eu não considero pouca grana.
Fui direto ao gerente e falei o que estava acontecendo. E ele continuou irredutível. Minha fúria foi aumentando. Pablo se aproximou dizendo que tinha conseguido fazer a transferência, e eu soltei:
- Graças a Deus, agora eu posso cancelar essa MERDA! Cancela tudo.
- Tudo bem, senhor.
O gerente pegou minha identidade e ficou na frente do computador. Devia estar no MSN, porque é óbvio que ele não cancelou nada. Ficou observando meus dados e me disse:
- Se o senhor ligar na retenção e obtiver uma autorização por protocolo para fazermos seu celular sem o número de série no BO, a gente faz.
Minha nossa! Cacete! Por que não me disseram isso na primeira vez que estive aqui? Eu já teria ligado. Nossa mãe do céu...
Peguei meu celular e tentei falar com a central até a bateria arriar. O gerente me deu um outro telefone com o qual demorei meia hora até me atenderem. falei com um atendente até esse celular também ficar sem bateria, causando a queda da linha. Outra vez minha vontade foi de bater a cabeça na quina da mesa. Tive que ligar novamente e perder mais uns quarenta minutos. Já tinha passado das onze, fecharam a loja comigo dentro. Até que consegui fazer o protocolo. Desliguei o telefone e passei os dados para o gerente conferir no sistema. Ele jogou no computador e... nada. O protocolo não tinha nenhuma informação gravada...
…
…
Eu tenho mais calma para ser assaltado do que para passar por isso. Estavam brincando com minha capacidade de ser paciente. O gerente ainda me diz:
- Se tivesse feito o que eu disse desde cedo, já teria seu celular.
- O que você disse que eu não fiz?
- Disse para pegar a nota fiscal conosco e ir na polícia incluir no BO. O senhor devia estar tão nervoso que não ouviu.
- O quê? Você só pode estar brincando! Eu fui na polícia! Eu acabei de vir de lá! E te disse isso mais de uma vez, mas você devia estar tão nervoso que não ouviu!
Silêncio.
- Me dê meus chips. Eu cancelo outra hora e refaço o plano. Eu faço o mesmo plano, pois aí meu aparelho terá o mesmo desconto, só que sem a necessidade desse maldito BO. E eu já fui humilhado o suficiente.
Uma vendedora foi me atender e eu sentei no guichê:
- Então, senhor, aqui estão os seus chips já transferidos para Uberlândia. Dá vinte Reais, pode pagar no caixa.
Minha face foi tão assustadora que ela se levantou e foi para o interior da loja. Eu só coloquei minhas mãos na cara, olhando para baixo. Não dava para acreditar! Mas eu tive uma luz:
- Por favor! Veja se aquele protocolo por algum milagre não apareceu no sistema!
Acreditem, por algum milagre, ele apareceu. E a vendedora me disse:
- Sim, senhor, está aqui. Porém o que o atendente escreveu não vai liberar a saída do seu aparelho. Vou ver com o gerente o que pode ser feito.
Eu me levantei e a acompanhei. O gerente disse que se nós pegássemos a responsabilidade, ela por aceitar aquele protocolo e eu por nunca mais aparecer na loja para reclamar disso, ele me entregava o aparelho.
- Por mim, tudo bem.
- Certo, vou pegar o aparelho. - Disse o gerente.
Eis que ele volta. Com as mãos vazias. E diz:
- Me desculpe Werner. Não temos mais esse aparelho na loja...
Até o Marcos, que estava só me acompanhando, surtou. Eu acho que queimei a alma daquele cara só com o olhar. Mas ele logo falou:
- É brincadeira, é brincadeira. Ainda temos um!
Foi providência divina ter aquele aparelho ali. Eu já estava desejando aos meus assaltantes melhor futuro do que àquele homem.
Peguei aquele aparelho, minhas coisas, paguei tudo e sumi dali.
De tudo o que ficou, as consequências negativas da ida à polícia e à Claro superaram as do assalto. O nervosismo que passei nesses dois lugares dificilmente serão esquecidos. Com esses acontecimentos percebi algumas coisas:
1. Nunca vou ficar desempregado, pois se pessoas como essas da Claro conseguem trabalhar lá, quanto mais alguém que se importa com o cliente.
2. Graças a Deus que mantive meus documentos, porque se tivesse que passar pelo desprazer de refazê-los, possivelmente eu ia trabalhar informalmente pro resto da vida.
3. A violência está aumentando, e não há nada que a polícia possa ou vá fazer para evitar isso. Percebi que existindo a polícia ou não as coisas ficarão exatamente como são. A polícia é um órgão que não existe. A criminalidade existe independente dela. Os bandidos não se importam se a polícia está aí ou não. Graças a esse incidente pude ter a opinião sobre a polícia a qual eu não tinha formado ainda. Certa vez fui perguntado por um grande amigo policial sobre a dualidade que é ter o poder nas mãos de tirar uma vida versus a vida cristã. Me perguntara se esse matar seria considerado por Deus. Na época eu não poderia responder com tanta propriedade quanto posso agora.
Jesus disse: "vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas".
Jesus não disse "com exceção se você for policial". Mas disse: "amem os seus inimigos". Ora, que homem mata aquele que ama? Se amar de verdade seus inimigos, dificilmente irá matá-los. "Porque ele (Deus) faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos".
4. Deus cuida de mim verdadeiramente. Não há dúvidas que, como em Jó, eles não tinham autorização de me enconstar. Eu lhes entreguei tudo o que já era do mundo. Mais uma vez Deus me mostra que devo confiar plenamente nele, pois ele está ao meu lado o tempo todo, durante todo o tempo, o tempo inteiro.
5. Estou escrevendo esse texto no domingo pós Sexta-feira Santa. Isso significa que minha semana foi terrível, aterrorizante, mas hoje Jesus, nosso Senhor, ressuscitou.
Werner, passamos pela mesma coisa não muito tempo atrás e nossas conclusões foram muito semelhantes as tuas! Principalmente sobre a polícia. Espero que a vida em Uberlândia seja melhor daqui para frente. Grande abraço. Simone Lockyer.
ResponderExcluirObrigado Simone. E, realmente, essas coisas ensinam muito pra gente.
ResponderExcluirObrigado por tudo, grande abraço!
Lamentável, Werner. Você lembra quando fui assaltado em 2007 em um domingo? É bastante frustrante (e no seu caso deve ser mais, porque apesar de terem apontado uma arma para minha cabeça, só me levaram um real...)
ResponderExcluirEstimo que esse mau começo em Uberlândia não seja nada comparado às alegrias que você terá aí.
E quando fui assaltado de novo em 2009, também tive que fazer um B.O. e demorou horrores. Mas até que a polícia agiu bem naquela situação. (Ok, depois de escrever um texto desses, ler eu defender a polícia vai te deixar furioso, mas acho importante não incorrer no erro da generalização)
Forte abraço.
Bom dia Charles, mas não fico furioso por te ver defender a polícia. O que pretendi com o escrito foi deixar claro que independente da benignidade da polícia ou de sua postura ou de sua eficiência, a criminalidade não vai mudar. O homem foi homicida no início e assim o é hoje. Matar um homem continua sendo contrário às ordens de Deus, isso feito pela polícia ou não. Por isso posso generalizar, não a atuação da polícia, mas a situação do homem, que não sofreu um pingo de alteração desde a aurora dos tempos.
ResponderExcluirAgora, quanto aos cristãos, estes foram escolhidos por Deus. E são esses que sofrem as consequências do mundo mau, embora isso seja irrelevante frente à paz e liberdade concedida à eles pelo próprio Cristo.
Grande abraço.
Opa... Excelente texto e o pior é que esse tipo de situação acontece todos os dias o tempo todo, infelizmente. E como conversamos um pouco naquele dia sobre um assunto parecido pude perceber que nossos pensamentos, de modo geral, seguem uma mesma linha de raciocínio. A criminalidade, o mau cidadão, os bandidos e derivados, sempre existiram e vão existir independentemente de ter polícia atuando ou não, porém isso não significa que ela não seja importante. Cheguei a conclusão de que tanto o policial quanto o marginal, não passam de massas manipuladas, manipuladas e controladas por aqueles que estão no topo da pirâmide afim de alcançarem seus interesses. E essas pessoas são as que governam nosso país e também aquelas que tem poder de influência sobre esses governantes. É uma guerra que se continuar do jeito que está nunca terá fim, pois esse conflito ocorre entre as massas manipuladas e mascara o resto da corrupção. Só quando o combate for contra os manipuladores que teremos algum avanço. E a única caminha que vejo para o Brasil se tornar um país pra ser vivido e não apenas para ser habitado é a trilha da EDUCAÇÃO.
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